sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Fé Que Pensa, Razão Que Crê



Deus nos convida a pensar.

Você já pensou nisso?
As páginas da Bíblia é um verdadeiro desafio que nos conduz a uma fé transcendental, porém racional, que não descarta o sobrenatural nem despreza os fenômenos que não encontram explicação plausível em nossa dimensão de conhecimento, mas que, no entanto, nunca trata o culto ao Deus – Criador reduzido a um espetáculo de crendices medievais e bizarras superstições, frutos da ignorância e do misticismo tão imperiosos na alma caída do homem.
Ao contrário do que muitos imaginam, na Palavra de Deus, se encontra a mais harmoniosa filosofia prática da história da humanidade. Nela, não há espaço para ambigüidades teóricas nem tão pouco para asseveradas discussões acadêmicas que servem apenas para massagear o ego dos intelectuais. Em sua leitura somos confrontados com as nossas arrogâncias existenciais e, então, os nossos saberes absolutos se desfazem como a poeira que é arrastada pela brisa vespertina.
Deus nos convida a pensar...
Ao contrário do que muitos imaginam a Palavra de Deus não embrutece, não emburrece, não idiotiza e, muito menos não aliena ninguém. Todas as monstruosidades e esquisitices que temos testemunhado em “nome de Deus”, não condizem com os princípios e ensinos de Cristo no Livro Santo, mas de homens que para explorar o próximo e saciar a sua sede de poder, abençoa a ignorância das massas e estimulam uma religiosidade esdrúxula, pomposa e desesperadamente imediatista.
Deus nos convida a pensar...
Não apenas ler.
Ler é o começo.
Pensar é necessário.
Leia...pense...leia...estude...viva!
Quando nos lançamos na maravilhosa experiência de conhecermos o maior de todos os livros rompemos as fronteiras escravizantes dos nossos conceitos, preceitos e pré-conceitos. O simplório achará sabedoria e será apontado por mestre. O filósofo encontrará a si mesmo e o sentido do seu existir fará brotar em seu coração / espírito, o amor, a fé e a esperança.
Deus nos convida a pensar...
Nada é simplista ou casuísta. Há sempre uma parábola profunda, uma hipérbole, um tipo, um antítipo, um paralelismo a ser compreendido. Precisamos mergulhar nas águas límpidas e restauradoras da Palavra do PAI.
Mas preste atenção!
A Palavra é do PAI!
E sendo do PAI nos remete ao FILHO, nos remete a cruz, nos remete a GRAÇA. Imarcescível Graça, incorruptível Graça, incomparável Graça, inegociável Graça de Deus em Cristo Jesus.
Irresistível Graça.
Leia...pense...estude...Não com óculos da filosofia pedante e ineficaz dos homens, nem com a ótica das pseudo-teologias doentias que transforma a ardente fé racional da Bíblia em mantras, grunhidos e especulações espirituais. Deus não nos aliena, mas nos chama a um exercício racional que nos permitirá conhecer a sua boa, perfeita e agradável vontade.
Não apenas leia, mas pense, raciocine, estude, para que possa você por você com o auxílio do Espírito viver não somente o Deus Transcendente, mas o Deus totalmente inerente, pelo qual a nossa alma clama e grita e chama:
Deus – ABA; Deus – Rafá; Deus – Nissi; Deus – Jirê; Deus – Shalom.
Deus nos convida...
...ler...pensar...VIVER!

N’Ele que vive e reina para sempre, Jesus!


P.S: Artigo escrito em 2008, mas, bastante atual. Nele, tomei por empréstimo do lema da ABUB (Associação Bíblica Universitária do Brasil) para usar como título.

domingo, 12 de agosto de 2012

Paternidade, Um Ministério Divino






“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos”
(Provérbios 23.26)
Com a proximidade do “Dia dos Pais” nossa sociedade de consumo entra mais uma vez nessa atmosfera que mistura comércio e emoção familiar, e nossos entes queridos são transformados em instrumentalidade para promover o aumento das vendas. Há quem diga que o dia dos pais foi criado para se vender gravatas, imagine!
Ser pai é muito mais que simplesmente ser um macho da espécie e cumprir sua parte na tarefa reprodução e provimento da prole. Não somos seres meramente irracionais agindo por meio de instintos naturais. Somos muito mais que seres racionais, pois se prevalecer essa idéia da razão pura e simples nossa compreensão da vida e da morte será apenas uma questão matemática ou uma mera probabilidade. Somos seres espirituais, criados a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), possuindo o mandato espiritual para tornar este mundo o lugar de relacionamento da criatura com o seu Criador.
Ser pai é um ministério divino, pois o pai é o sacerdote do lar, é dele, juntamente com a mãe, a responsabilidade de ensinar aos filhos o caminho do Senhor (Pv 22.6). O pai é sempre o espelho para o seu filho, todo filho procura imitar o pai e suas ações e ensinos ficam gravadas no córtex dos filhos para toda a vida.
Nosso pai deve ser eternamente o grande herói de nossas vidas, mas, infelizmente, por causa da queda (pecado) e pela inconseqüência de cada um a figura do pai tem experimentado uma desvalorização extrema, e as marcas sociais desse fracasso familiar tem sido trágico para a nossa sociedade.
Vemos hoje histórias tremendamente tristes de pais que violentam suas filhas e filhos, seja uma violência sexual, ou mesmo outras formas de violência que causam profundos dramas no seio familiar. Há aquele pai que espanca sua companheira, ora fisicamente, ora com palavras que a fazem sangrar. Há o pai que ignora os filhos, não sabe nem mesmo o ano da escola em que estão, quais são seus planos, sonhos ou tristezas; é como se vivessem em mundos diferentes. Há aquele pai que abandona a família em busca do prazer egoísta e perverso que o mundo, com sua habitual mania de inverter valores lhe põem a alcunha de que “foi em busca da felicidade”. Há, ainda, aquele pai se envereda pelo caminho dos vícios e atrai rodo tipo de desgraça para sua família, provocando tragédias e tristezas.
Mas, também tem muito pai legal!
Há aquele pai que compreende o sentido do ministério paterno e produz frutos de alegria na vida de seus filhos. Há aquele pai que é nossa referência de vida e pelo qual pautamos nossa construção familiar. Há aquele pai que nos agasalham no carinho de seu afeto e amor, aquele cuja voz é um conforto e consolo nesse mundo perverso. Há aquele pai que torce conosco. Que cresce conosco, que chora e ri e que não o trocamos nem mesmo por todos os super heróis do cinema juntos.
Independente de que tipo de pai nós tenhamos a Palavra de Deus tem um mandamento que dita nosso relacionamento: “Honra teu pai” (Ef 6.2). Mesmo com feridas e traumas, mesmo com ausência e abandonos, mesmo que nosso pai não tenha sido um herói em nossa vida, a Palavra nos orienta que a vontade de Deus é que devemos honrá-lo.
Então, devemos efetivar a eficácia do perdão em nosso coração, ação primeira para que possamos honrá-lo. Não permitir que nenhuma mágoa ou rancor crie raiz de amargura em nosso espírito.
E quanto nós, que somos pais alguns princípios para o ministério paterno:
1.       Jamais negligenciar a responsabilidade de ministrar o ensino das Escrituras em minha casa (Pv 22.6), e dosar a disciplina com amor no temor do Senhor (Ef 6.4);
2.      Ser um exemplo de conduta e honestidade de modo que a nossa família receba as bênçãos destinadas aos que praticam a Palavra (Sl 128.1-6);
3.      Que o nosso relacionamento com os nossos sejam moldados no Senhor pela Palavra de tal modo que possamos ser a segurança e confiança em nossa família, assim como Jesus confiava no PAI (Lc 23.46);
 As últimas palavras de Jesus na cruz incluíam a expressão ABA, que geralmente eram as primeiras palavras das crianças, quando ainda bebês. Era um balbuciar quase inteligível, mas, que era destinada a figura paterna. Mesmo que ela ainda não tivesse noção de quem fosse àquela figura, sabia que nela havia refúgio, proteção, cuidado, carinho, aconchego. Estando em seus braços calava e se aquietava porque estava seguro.
Desse modo é surpreendente que Jesus se refere a Deus como seu ABA, pois para Ele (Deus), Cristo ou mesmo nós não somos mais crianças destituídas de razão, mesmo assim o PAI mantém todo o amor e cuidado em nós, como quem cuida, com toda a atenção dos pequeninos.
Nosso Pai (Deus) é assim.
Que tipo de pai nós temos sido?
Que tipo de presença construímos em nossa família?
Que tipo de exemplo somos para os nossos?
Nesse dia dos pais possamos fazer uma profunda reflexão para honrar o nosso pai, o que foram e o que significam para nós e como devemos nos relacionar com ele, de acordo com a Palavra de Deus. E, também, refletir em nosso ministério paternal e exercê-lo edificando nossa família para a glória de Deus.
Feliz dia dos pais!

N’Ele, nosso PAI.  

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Igreja Das Ilusões Perdidas



É verdade! O título está errado.
A Igreja não vive nem desfruta nem se dá em ilusões que podem evidentemente serem perdidas ou desfeitas. Ora, a Igreja não deve perder-se nem mesmo em conceitos relativos a uma época, cultura e modo intelectualmente restrito a fenomenologia do tempo na humanidade. Deve caminhar nos fundamentos e princípios de fé em Cristo, subjugada a Cristo, adorando a Cristo, servindo a Cristo, o que nos torna livres, pensantes e fraternalmente comunitários, além de fracassadamente vitoriosos e triunfantemente fracassados.
E não é que parece ser uma utopia ilusória?
Parece.
Mas não é.
A Igreja da qual eu sou é assim.
Ela me parece um tanto quanto ingênua; desnuda de maldade e intenções, não me oferece nada para que orgulhosamente eu ostente: “sou isto e isso nesta Igreja”. Mostra-me os cravos das mãos e pés do Cabeça e se oferece para junto comigo trilhar o caminho estreito, espinhoso e cheio de pedras, mas, também, repleto da presença consoladora d’Ele.
Às vezes encontro com ela na rua, pobrinha, está varrendo onde pisam os incrédulos e os dizem ser, e não são. E quando ela fala comigo divide a sua riqueza.
Como é rica a minha Igreja!
Não tem nada, mas, possui tudo!
Outras vezes, tristonha, cabisbaixa: “Menino doente, perdido no mundo”. Então, choro a tristeza junto e ela chora comigo as minhas, parecemos tão impotentes diante de um mundo mal que jaz no Maligno. Mas, ainda que morramos, não será para sempre, pois, viveremos eternamente com o Senhor.
Mas, também a encontro em júbilo: “Menino curado, salvo do mundo”. Então, me alegro e solto meu riso, riso de conforto em saber que a Igreja que me tem, tem um Dono que solidariza-se na minha dor e na dor dos invisíveis aos sistemas, financeiros, políticos, jurídicos, religiosos, etc.
A Igreja que me tem, tem um jeitão assim, bem brasileiro, é certo. Mas, também é argentina, japonesa, americana, italiana, alemã, africana, australiana, indígenas, é gente que nunca vou entender a língua, mas o Espírito as entende tão bem e na linguagem da fé, esperança e amor, nem de tradutor nós precisamos para perceber que temos o mesmo PAI.
A Igreja que me tem às vezes nem tem sapatos, adora de chinelão e isso não atrapalhou. Certa vez a vi de calção de banho, cabelos ao vento, pés na areia, olhos no mar e coração no céu, num perfeito louvor, e depois... ÁGUA! Thibuuummm!!!
A Igreja que me tem não me carimbou com um número, pois o Pai selou-me com o Espírito e o Cordeiro marcou-me com seu sangue. Crescer nessa Igreja não é paranóia missionária, mas é a transbordante Missão de fazer discípulos aonde vou, onde estou, onde devo ir, por que sou e pertenço e o Reino tem muitos outros que ainda não são, e devem ser, e por não saber devo seguir sempre, anunciando.
A Igreja que me tem prega cantando, prega pregando, prega ensinando, prega curando, prega quando ri e quando chora, prega no abraço que abraça a vida e não o mundo. Ela não me machuca nem decepciona. Não me frustra, pois não é feita do pó humano, mas, da Rocha Divina.
Parece ilusão, que a agonia deste mundo sufocou.
Não!
Ilusão é o que vemos nos expor como realidade cristã e não é. Não suportaria se o que dizem ser Igreja o fosse. Não quero essa igreja que se mostra na tevê, e em tantos púlpitos. Tão feia. Miseravelmente rica me tira tudo. É feroz, desumana, bandida!
Agride, machuca, retalha minha esperança e nos divide em tantos pedaços, já nem posso contar.
A Igreja que me tem, não me cobra nada, eu lhe entrego tudo.

N’Ele, no qual a Igreja é seu Corpo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Leitura, Café e Muita Música, Porque Hoje é Segunda





Não!
Minha segunda-feira não é dia de preguiça!
Só um pouco, vai!
Mas, procuro re-energizar todo meu organismo, tanto o físico quanto a alma. Não que a gente precise botar a alma na tomada, mas ela também sente a necessidade de aconchego e um reencontro em paragens verdejantes nas quais o Pastor nos guia para o refrigério.
Então tento recuperar-me da entrega que me submeto por amor ao Soberano e por engajamento ao seu Reino. Isto é, procuro fazer com muito amor e dedicação as funções como auxiliar na Igreja (comunidade) em que me reúno para a adoração em congregação. E quando sou comissionado para o sábado a noite (como foi o caso esta semana) procuro pregar com toda a capacidade possível. No domingo, meu dia começa às 4:30. Ainda escuro e lá vou eu junto com o seminarista Jonhy rumo a uma das Rádios locais para o anúncio da Palavra. Às 9:30 EBD, e às 18:30 Culto Público onde ocupo o honrado púlpito (quando escalado) para expor as Escrituras.
É na segunda-feira que o corpo sente o desgaste, mas, como estou incumbido de ministrar aulas sobre o livro do Apocalipse, não posso me dar ao luxo de dar folga às leituras, pesquisas e roteiros de aula.
Apesar de já manter uma rotina de leitura, regada aquele café espumando de quente e música sem parar, às vezes um filme leve, no qual possa rir e tornar a tarde leve.
Mas hoje, em meio a leituras e musicas fui tomado de um profundo sentimento de necessidade de buscar a Deus, e ao mesmo tempo em que uma gratidão profunda invadia meu coração.
E sem que eu me desse conta fui as lágrimas.
Que coisa!
A culpa é desse Gladir Cabral, desse João Alexandre, desse Stênio Marcius, Leonardo Gonçalves, Bianca Toledo, Logos, Priscila Barreto, etc. Esse povo não faz música, faz louvor pra machucar de bom. A melodia vem mansinha - às vezes. Alvoroçada, outras tantas e, somos impactados pelo texto Sagrado belissimamente exposto feito música.
Música, talvez (digo talvez por que há quem pense diferente) a mestra de todas as artes, pois, a natureza canta, toda ela canta, os anjos cantam, a vida é um cântico, a Bíblia está cheia de música. Ela tem a capacidade de fazer mexer o mais inflexível puritano, faz calar homens, faz dormir crianças.
A música nos convida a velejar no oceano dos sons...
E lá fui eu...
O Tapeceiro da Vida.
Pai Nosso.
Paz e Comunhão.
Vou Pescar.
O Evangelho.
Pescador.
Fim de Tarde no Portão.
O Senhor do Tempo.
Sobretudo Quando Chove.
Ele Vive.
Autor da Minha Fé.
È Proibido Pensar.
E outras e outras mais. Não quero te cansar nem ser prolixo.
Mas, também o meu Ozéias de Paulo me fez calar e refletir minha caminhada desde a década de 80.
Canção Para Um Amor Maior
Canção do Nauta, entre outras.
Guardo um pouco de tempo para ler um pouco de literatura, foi com muita ternura que fui em busca de uma releitura de Cannery Row, de John Steinbeck. Seus personagens em meio a Grande Depressão são um tanto ingênuos e abandonados pelo mundo grande e hostil, mas o dinheiro parece não ser tão assim em suas estórias. Lembra-me muito um autor brasileiro que nunca foi bem quisto da crítica, porém, é de um brilhantismo único: José Mauro de Vasconcelos.
Em fim, amanhã tenho outros assuntos. Preciso terminar, não me torturem, mas meu filho de quase 5 anos que ouvir Milton Nascimento cantando “Menino Maluquinho”, e já está com a panela na cabeça.

N’Ele, a Fonte onde bebemos a água da vida.