sábado, 14 de julho de 2012

Prometheus, Mas Não Cumpriu





Esperei com certa ansiedade pelo aguardado filme Prometheus. Tanto por ser apregoado pela mídia cinematográfica como um prólogo de Alien, o 8º Passageiro, como pelo retorno do brilhante diretor Ridley Scott a franquia tão bem sucedida. Scott produziu também, um dos melhores filmes do gênero: Blader Runner, o Caçador de Andróides, em que o cenário futurista, as imagens grandiosas e os espetaculares efeitos somam-se a um roteiro impecável que introduzia no espectador a discussão sobre criação e criador, inteligência artificial e outros elementos da angustia humana.
Ora, o enunciado do filme informava sobre a busca de respostas quanto a origem da vida e o quanto essa busca poderia levar o homem ao seu fim. Um excelente convite para o deleite da arte de ver cinema e viajar em sua trama.
Mas, não foi bem isso que a película nos ofereceu.
Claro, as imagens com um fantástico realismo são incríveis, o som e a fotografia perfeitos, alguns personagens inteligentemente criados e interpretados com maestria (destaque para o andróide David e a pesquisadora Shaw, interpretados por Michael Fassbender e Noomi Rapace). Nos diálogos há uma citação de Nietzsche e um nada sutil escárnio a Darwin e a teoria da Evolução das Espécies.
O filme se propõe a alguns desafios, sejam científicos, filosóficos e até teológicos, não é a toa que em seu título é uma alusão a mitologia grega. Prometheus foi um titã. Astuto, inteligente e defensor da humanidade. Ele roubou o fogo dos deuses e deu aos homens, garantido com isso, a superioridade da raça humana aos demais animais. Prometheus acaba pagando muito caro por isso. Em punição a essa ousadia, Zeus o aprisionou no cume do monte Cáucaso, onde uma águia lhe devoraria o fígado durante o dia, e este, durante a noite restaurava-se, para que no outro dia continuasse a ser devorado, e esse castigo pela eternidade.
No entanto, Prometheus (o filme), tem um ponto fraco que arrasta consigo o conjunto da obra, seu calcanhar de Aquiles é o roteiro.
Faça-se justiça, funciona até certa altura, mas, depois descamba para uma seqüência de inconsistências, falhas e erros que não dá para acreditar se levarmos em conta o objetivo da missão dentro de sua estória.
Algumas incoerências:
A missão seria composta de cientistas e militares, mas eles não se comportam como tais, mais parecem colegiais indo disputar os jogos estudantis.
Os tripulantes são impressionantemente inadequados para tal missão.
Os métodos científicos usados são extremamente amadores.
Os protocolos de segurança para tal missão simplesmente não existem.
Há um excessivo consumo de álcool por um dos pesquisadores responsáveis pelo objetivo da missão.
A trama cai para o melodrama típico dos americanos e o teor científico mistura-se a dramas e frustrações pessoais.
O apego religioso não tem função de questionar por respostas, e sim de uma apologia religiosa infantil, parecendo ser feita para agradar ao cristianismo americano.
O encontro com os “engenheiros” é perturbadoramente constrangedor, onde as grandes questões que propositaram a missão, tem o silêncio e a violência inexplicável como respostas.
Em fim, prometeu muito, mas, cumpriu pouco.
Ficou no ar a evidente brecha para aquelas intermináveis seqüências que em muitos casos embaralham ainda mais a estória. Vamos esperar.
Há, ainda, outros pontos que poderia analisar, mas espero que você assista, se lhe convier, e que tenha seu próprio ponto de vista. Afinal, este é apenas uma resenha, um comentário de um apreciador da sétima arte, e em especial dos filmes de Ficção Científica.
Em tempo:
Encontramos o Criador na viagem rumo ao Cristo em nós.

N’Ele, que nos criou sua imagem.   

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