quarta-feira, 7 de março de 2012

Mulher...



“Ó mulher, grande é a tua fé!”
(Mateus 15.28ª)
            O universo feminino é bem presente em minha vida. Tenho cerca de dez companheiras de trabalho, com as quais partilho as labutas diárias pela sobrevivência, assim como planos e sonhos, acertos e fracassos. Em casa compartilho a existência com duas guerreiras, esposa e filha. Nas aulas que ministro nos fins de semana a grande maioria do alunado, com os quais caminho no aprendizado das doutrinas cristãs é formado por mulheres: empresárias, professoras, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiras, donas de casas, vereadora, etc. Durante o seminário, pude conhecer valorosas mestras, apologetas do Evangelho que com carinho me ajudaram na arte de organizar as idéias e projetar o pensar. Quando recordo a tenra infância revejo minha heróica mãe, com quem tomei contato com a Bíblia e suas histórias.
            Aprendi a ler, lendo a Bíblia.
Grande parte da minha formação de caráter e fé foi provida pela força, exemplo e determinação dessas tantas mulheres que lapidaram minha forma de ser e jeito de viver.
Tenho sorte de ter vivido e convivido com elas.
Abomino toda violência e discriminação à mulher. Progredimos muito, reconheço, mas, ainda é preciso melhorar bastante na proteção e praticabilidade das leis em defesa da mulher.
Não compreendo e me indigno com a forma da cultura popular que travestiu a agressão à mulher em letras, músicas e danças que deturpam valores e expõe o corpo e as fragilidades femininas como arte, alçando o machismo e o fetichismo às glórias sociais.
E assim, a mulher que outrora nas canções, como a de Otavio de Souza e Pixinguinha era tratada de “divina e graciosa / estátua majestosa / do amor”; agora é reconhecida pelo grito tribal: “só as cachorras!”. Ou ainda a idéia de puro desejo pervertido: “Aí se eu te pego!”.
Também, é pertinente uma reflexão na maldade e perversidade da religião para com a mulher. Geralmente ela é sempre culpada de tudo. Sua culpa era inflada na Idade Média e sobre ela recaíam todos os rigores punitivos de uma sociedade e cultura caolha para consigo mesma. Entre os mulçumanos uma das expressões de maior horror e violência à mulher é a burca. Cito essa, mas poderia tecer um rol de atos infames praticados diariamente contra elas.
Não apenas essas religiões, mas se olharmos para a grande maioria delas há sempre um desumano e impiedoso tratamento as mulheres. Ora, e em  nosso cristianismo de mercado, cheios de paranóias e que faz de usos e costumes um valor acima das verdades bíblicas, encontramos esse vil tratamento às mulheres. Tanto que já sofri muito para ensinar a muitas e seus esposos, escravizados pelos sistemas torturantes da religião, que calça comprida não é pecado, que se pode usar batom e brincos, que pintar o cabelo não tira a unção, que depilação não é coisa do capeta, etc. Cansei de ver em minha infância evangélica, na década de 80, líderes do alto do púlpito espinhar as mulheres pela queda do homem, inocentando Adão.
É a burca do cristianismo, sempre em cima da mulher. O homem? Ah o homem, tudo pode, pois a mulher tem de lhe submissa e ganhá-lo em silêncio.
Atente que os textos implícitos acima estão no tom irônico que deles se fazem usar e assim garantir a supremacia masculina.
Não existe maior restaurador do valor da mulher do que Jesus Cristo, o Redentor. Elas estão por toda parte de seu ministério, seja na figura extraordinária de sua mãe, Maria, demonstrando o caráter e a fé de uma escolhida de Deus, fluindo força e doçura desde o anúncio na miraculosa maternidade a espectadora de sua morte na cruz. Seja no poço de Jacó, em Sicar, onde o Mestre, a uma mulher samaritana apresenta-se em plena humanidade: “dá-me de beber”; bem como se revela plenamente divino: “Eu que falo contigo”, e ela, a samaritana, corajosamente o testemunha em sua cidade levando-os a conhecê-lo e crer n’Ele.
Há mulheres que o seguiam e com os seus bens financiavam o ministério de Cristo. Há mulheres que d’Ele recebem o maior elogio de fé: “Mulher, grande é a tua fé”.
As mulheres não abandonaram Jesus. Diferentemente dos apóstolos e discípulos, assustados, escondidos e pasmos ante os acontecimentos, elas preparam ungüentos e perfumes para o seu corpo, e sem medo foram ao sepulcro, apesar dos perigos. E foram elas as testemunhas da ressurreição, maior de todas as mensagens cristãs.
Deus ama as mulheres!
A razão desse artigo é este amor e meu profundo reconhecimento e admiração por todas as mulheres desse Brasil.
Feliz dia Internacional da Mulher!

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