sábado, 25 de fevereiro de 2012

Baile Sem Máscaras



“Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo”
(Filipenses 1.27a)

            Nas cinzas o carnaval se despede...
            Os cânticos, os batuques, os frevos, as escolas e a constrangedora irreverência são findos. O país acorda de seu sonho transloucado, a tentativa a afogar todas as frustrações e amarguras da lida dura e diária num porre histérico e colossal. Algo que faz das antigas orgias dionísicas ingênuas brincadeiras.
            É a tentativa mais brasileira de fugir do que se é, e depois, constatar que a fuga o leva ao mesmo lugar.
            Após as danças acrobáticas, a alegria industrializada e os cortejos idolatricamente-paranóicos, chegam à ressaca nacional, contabilizando seus mortos e tentando lavar das ruas o vômito, a urina, a sexomania carnavalesca e a vergonha de expor o que devia e o que não devia nas redes de notícias.
            A propaganda nos estimula a um grande baile onde as máscaras nos darão a liberdade de ser o que não se pode ser nos dias comuns, na vida comum, no jeito comum da cada um ser. Mas a inflexível verdade é que os mascarados estão escravizados. No carnaval a mascara não nos liberta, mas, nos transformam em seres manipuláveis, sub-produtos de uma dominação tenebrosa, contribuindo para uma desumanização da vida.
            O carnaval é a mais completa metáfora da dominação deste mundo pelas potestades do ar.

            Tudo é festa!??
            Tudo é alegria!??
            A festa é fantasia. Ilusória realidade que no fim dos desfiles se desfaz.
            A alegria é imposta. Fruto da overdose das drogas lícitas e ilícitas.

            Entre os cristãos - católicos-protestantes – há os que defendem um “carnaval pra Jesus”.  Pergunto: como o Cristo seria glorificado vendo seus filhos idiotizados no frêmito de um transe coletivo cujo a essência é o prazer ilusório e efêmero, o reino das máscaras?

            No pretório não havia enfeites!
            Os açoites cortavam a carne do Deus-Homem.
Na via crucís não havia máscaras!
            Elas sempre foram os símbolos do paganismo e do culto idólatra.
            No calvário, os gritos e a dor não era fantasia!
            Era Redenção sendo realizada pelo sangue.

            Quando o véu do Templo foi rasgado de cima a baixo pelo poder de Deus, por ocasião da morte do Redentor, fomos libertos das máscaras religiosas, culturais negativas, das manipulações espirituais, dos esmagamentos midiáticos, das ilusões dos sistemas e engrenagem que fazem deste mundo uma dominante e escravizante fantasia.
            O povo de Cristo não precisa de máscaras nem agrega sua alegria ao calendário. Vive o Cristo em si e sua beleza é o reflexo do que há em seu coração.
Sem fantasias, sem ilusões, mas, com esperança, fé e amor.
           
Em Cristo, que não é ilusão, nem usa máscara. 

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